sexta-feira, 30 de novembro de 2007

points of light

"points of light" é uma feliz ideia do mr. caio caravelli, meu produtor em nyc, e curador da d&h gallery, no soho. brasileiro, aventureiro e num exílio voluntário produz também em solo americano o nosso artista, eri gomes. nessa exposição fiz uma coisa que desde há muito tempo vem mexendo comigo, pela minha formação. como fui criado em meio a músicos tive um olhar de referência pra arte, um pouco diferenciado. um músico ao ouvir uma canção que lhe toca, ele procura de alguma forma interpretá-la, e passa tempos tirando todo o sabor daquela composição que o sensibilizou. já o artista plástico de alguma forma era impedido de interpretar uma criação de outro artista que o sensibilizasse, sob a pecha de estar "copiando". sempre trabalhei com o signo da criatividade, pois foi a tônica da minha geração; criar, criar, criar; contra a ignorância fechando as portas do conhecimento, criar como solução pra burlar sistemas opressivo, criar como contrapartida ao avanço das máquinas que começavam a engolir os cérebros mais fracos, e etc... então as artes plásticas dentro do seu próprio formato matérico, e sendo assim mais fácil de se fazer uma comparação, criou um tabu contra a interpretação, dando a pecha de copista àquele que por ventura quisesse "tirar" uma imagem que o sensibilizasse. sempre achei isso curioso, mas como sempre tive meu trabalho reconhecido como; "é só ver o trabalho e a gente sabe que é seu", me acostumei com, trabalho do gilberto de abreu só se parece com ele mesmo, um traço único. em "points of light" retomo essa questão de uma maneira, digamos, criativa. resolvi reinterpretar alguns momentos do meu universo pictórico, seja ele em aquarela, nanquim, histórias em quadrinhos, painéis cenográficos ou em qualquer outro suporte, para o formato óleo sobre tela. aproveitando essa ser a minha primeira exposição na grande maçã, onde acho que meu trabalho possa ter chegado somente um por cento, penso que chegará mais definido, pelo menos na essência, e consequentemente mais fácil de ser assimilado. ir ou não ir como sempre estão me perguntando se vou pra ny, vou responder aqui. foram poucas as exposições que não participei da abertura, essa é uma delas. confesso que nunca tive vontade de ir a nova yorque, nem a trabalho. sempre gostei da frase, ianques, go home! vi muitos brasileiros indo atrás de um sonho financeiro, mesmo que tenha que pagar também um alto preço por isso. vi também os aventureiros meio que cidadãos do mundo, ganhando novos espaços, como é o caso de mr. caravelli e tantos outros. tenho passado por vários países, de onde guardo lindas lembranças. mas os eua, sempre me causou uma certa antipatia pela prepotência e pelo estrago que causou e vem causando ao resto do mundo, e muito ao meu país. nesse meio tempo perdi todos os meus documentos e um tanto da vontade de refazer toda essa burocracia, para depois ter que pedir uma permissão para ir a um determinado lugar, a trabalho, não ser bem tratado por "autoridades" não sei de que, e essas coisas que todos conhecem. uma das páginas mais sujas e deprimentes da história ocidental foi o que nossos ancestrais fizeram com os africanos, onde tiraram os melhores indivíduos para serem escravos dos piores, claro salvando-se muitas excepções. em termos vejo um pouco disso nesse império em decadência, hoje em guerra, ontem e amanhã também. reluto muito nessa ideia, mas em último caso irei, mesmo porque mr. caravelli já está articulando outras mostras, e vamos ver o que acontecerá por lá. no momento tenho finalizado alguns projetos que ficaram cada vez mais inadiáveis. como sempre banquei meu sonho artístico, sempre fiz o que quis, mais dia menos dia. resumo faço arte como quem se respira, e sinto-a na sua forma de necessidade vital. essa coleção que fiz, traduz alguns grandes momentos da minha trajetória iluminados pelas luzes e cenas da cidade onde vivo. essas cores são sensações que juntas aos traços e através dos olhos se transformam em sentimentos. ou então essa coleção de pinturas a óleo pode ser lida em três partes, uma é representada por uma espécie de retratos de seres humanos. outra por sentimentos e vibrações urbanas e a terceira que traz a cidade em sua forma noturna, onde as três se completam. as pessoas são apresentadas através dos personagens de uma situação social atemporal, como retratos de gentes que real, ou metafóricamente fazem parte de toda a formação de sociedades através dos tempos. as pinturas que compõem os sentimentos urbanos expressam cenas e ângulos existentes na aglomeração ocupacional metropolitana. nessas pinturas a intenção vai para as cores na sua forma sensível e sutil de brilhar. as cores são organizadas por composições próximas em sua forma, tema e plástica. as "noturnas", são uma série de pinturas de uma cidade real e várias outras imaginárias. quando a pintura retrata a cidade de belo horizonte com suas luzes e geografia e quando essas mesmas luzes e geografia se transformam em elementos de sensualidade e imaginação na forma de pessoas sugeridas, juntando assim as três partes dessa coleção.

cenas urbanas



essas cenas são uma alusão aos quadros que fiz sobre a avenida augusto de lima, em belo horizonte.

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

pequena tempestade

as chuvas também tem um lugar especial no meu espaço visual criativo, essa tela de 80x140cm, é uma interpretação dessa vertente de pinceladas meio que pontilhistas, só que com movimento.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

noturno para uma noturna bhz

essa noturna de 149x272cm, já é uma variação sobre o tema do noturno belo horizonte, onde elas nasceram e um momento muito forte no meu universo pictórico.

noturna sensual

essas noturnas surgiram quando descobri o quanto pode ser sedutora uma cidade e sua geografia, embebida dos desejos de um habitante/participante.


josé rafael, o guerrilheiro do chapéu flutuante

eu e o josé rafael preparando o "josé rafael, o..." para ser fotografado.





essa pintura de 125x172cm, é uma recriação de uma aquarela de 20x30cm feita em 1976, em homenagem ao nascimento do meu primeiro filho, josé rafael. como nunca tinha feito nada em nova yorque, resolvi para "points of light", recriar em pintura e em outros tamanhos, alguns momentos que me marcaram de uma forma que só a arte pode traduzir. esse é um deles, além de também assinar brasil em outro país.