casa das meninas é desenho feito a ecoline (aquarela líquida) sobre cartão, é de 1976, mede 20x28cms. e é da coleção nina soares.
este desenho está no encarte do vinil terra dos pássaros, primeiro disco de toninho horta.
para o encontro e reencontro de pessoas amigas, de fãs e afins desgarrados por esse planeta, e para mostrar e compartilhar trabalhos de arte.
o nevoeiro é uma aquarela sobre papel fabriano de 1976/77. mede aproximadamente uns 25x45 cms. coleção wanderley batista. esse desenho traz o poema homônimo inscrito:
me vejo sempre no poente
rodeado pelos seus discos avuadores
eu decifrei você no meu sangue
na minha mente no meu coração
e vi que você veio diuma lágrima
andou por esse mundo
sabe o que é o amor e minsina
mas quando eu sinto o seu nevoeiro
eu só lhe peço uma coisa meu bem
por favor, don't let me down
numa noite, levei minha pentax analógica e um mini tripé ao café urrubu para fazer algumas fotos. a iluminação era muito baixa e eu não queria usar o flashe. a idéia era instalar a máquina no tripé e usar uma velocidade bem baixa, enquadrar, dar 10 segundos e deixar que ela fotografasse sózinha. isso me permitia também estar na foto. esse é o clima de um trecho de uma das milhares de noites desse café que deixou saudades em muita gente que faz arte, cultura e a própria cidade e que por lá passou.
esta hq, é da década de 80. é a segunda versão de uma arte sequencial que gosto muito, ao ponto de a primeira ter sumido e eu fazer essa segunda. a 1ª, de 78, 79 tinha me sido levada para publicação no livro de cabeceira do homem, pelo escritor joão antônio que parece que era o responsável por essa coleção. ele tava mexendo muito com a literatura na época, trazendo seus personagens populares e uma escrita trabalhada dentro da linguagem dos seres marginalizados, de marginais e malandros fazendo o dia a dia e tecendo os contos. ele estava em destaque por toda a imprensa nanica, que à época da ditadura era a que fazia o bom e corajoso jornalismo, e estava poraqui em bh, me parece, pro lançamento do seu livro: malagueta, perús e bacanaço. passamos a tarde conversando sobre coisas e principalmente sobre a capaçidade de improvisação contida num chorinho, eu estava impressionado com um disco do jacob do bandolim que eu tinha adquirido recentemente, onde ele bandolineava em casa, solto, improvisando a larga com os amigos chorões. uma deliciosa lição de invenção, trilha dos meus passos por onde eu ia, e ali no seu quarto de um hotel simples no começo da av. amazonas. conversamos por música, como um chorinho levando a tarde. também o levei a uma ou outra loja, e ele levou o no outro dia para publicá-la no tal livro de cabeceira do homem. livro esse que não saiu, a coleção parou e acho que foi retomada há alguns anos atrás, mas a hq sumiu em algum lugar na editora, acho que a civilização brasileira. gosto tanto de no outro dia que em meados de 80 a refiz, acabou ela vindo colorida, a 1ª versão era totalmente preto e branco, esta até que assim começou, mas as cores entraram... também não estava conseguindo o p&b mais puro da 1ª, somado a não gostar de me repetir. ontem, no último dia do ano, postei aqui no papel elétrico um quadrinho recortado da página 2, que parece, hoje acabou puxando a história toda, sugerindo com isso que o outro dia pode ser hoje. bem, na página 4 tem também uma outra definição, essa já de propriedade do autor descobrindo do que, e como são feito os seus personagens.