meu avô cientista
Durante esses quase cinquenta anos passados, me acostumei a ver a imagem do personagem
"meu avô cientista" ser reproduzido em vários formatos, tamanhos, suportes e até em tatuagens.
Tudo isso sendo feito por desenhistas e pintores desconhecidos para mim. Claro que muito disso
acontece pela ligação do desenho com o início da carreira do músico Beto Guedes. do encarte do disco
"a página do relampago elétrico" à capa do álbum "sol de primavera".
Eu, até o fim do ano retrasado tinha uma distância material daquela aquarela com linhas e
fios de telefone, e nunca tinha passado por minha cabeça "tocar" o personagem como se toca uma
música que se gosta muito.
. Até que atendendo um pedido do colecionador e psiquiatra, dr Delcir da Costa
e seu genro Wadson, fiz um trocando as linhas,fios de telefone e a aquarela pela velha e boa pintura.
Foi como se tocasse uma música que se gosta muito. Dalí pra cá a receptividade tem sido tão boa que
originaram esse ambiente, na exposição em que o "meu avô cientista" tem movimento, atravessa vários
lugares e situações no dia e na noite. Como diz o Fábio Carvalho: cinema
bycicletinhas
A primeira surgiu há mais de 30 anos para um barrado em silkscreen de vestidos da confecção
"aluar" de Míriam Abreu. De lá pra cá esses quadros vem evoluindo sistematicamente até culminar
nessa série feita exclusiva para essa exposição.
noturnas
As noturnas até chegar ao quadro passou por muitos caminhos; primeiro ela veio como desenho na história
em quadrinhos "emoção silenciosa" publicada na revista "meia sola" 1977, e também ilustrando um texto do
Wander Piroli, "entre nós não haverá sacanagem". Depois fiz uma num telão de 5x8 metros que foi cenários de muitos shows
do músico Toninho Horta pelo brasil afora, durante uma década.
Aí elas foram pros quadros a óleo onde sempre provocam muita emoção e admiração.
Essas quatro noturnas que compõem a exposição são os únicos quadros que não foram pintados pra essa mostra, e estão graças
a generosidade do sr Josimar em ceder toda a casa J para essa exposição que traz uma força emotiva muito grande.
gilberto de abreu setembro de 22